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Jonas Mekas: O cinema está entre os fotogramas

 

 

That's what cinema is, single frames. Frames. Cinema is between the frames — Jonas Mekas

 

 

 

O projeto de pesquisa Cinema Experimental: o legado do cinema de Jonas Mekas na produção contemporânea apresenta a exposição coletiva Jonas Mekas: o cinema está entre os fotogramas, reunindo alguns dos principais filmes do realizador Jonas Mekas e de outros realizadores que, a partir de diferentes concepções, reatualizam os gestos cinematográficos de Mekas.

 

Radicado em Nova York, o realizador lituano nos seus passados 92 anos continua a inventar. É a partir de impressões do cotidiano, utilizando a vida como matéria fílmica, que Mekas capta a beleza fugaz do vivenciar o mundo. Em um gesto impreciso, seu olhar segue à deriva. Crianças a brincar no parque, os rastros de luz a entrar pela janela, um gato a pular pela casa, um encontro com os amigos. Ainda que celebrem o presente, seus filmes são impregnados de memória. Memórias de um lituano que precisou fugir de seu país, invadido pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial e que chega exilado aos Estados Unidos em 1949. Nesse momento, Mekas compra sua primeira bolex 16mm. Na prática dos recursos que essa oferece, Mekas vai descobrindo seu estilo e desenvolvendo uma linguagem própria. Desfoque, single-frames, sobreposições, velocidade alterada, exposição irregular da luz. Essas escolhas estéticas operam como filtros e nos aproximam a natureza da memória que se inventa como cinema - fragmentada, imprecisa, turva - e imprimem na imagem um tom poético e melancólico, por vezes reforçado pela voz over do realizador.

 

Assim, com essa exposição, o projeto Cinema Experimental traça um breve panorama da obra de Jonas Mekas e cria a instância do diálogo, entre a obra desse realizador e a de realizadores cearenses com trajetórias distintas em relação à formação ou áreas de interesse, com carreiras consolidadas ou em desenvolvimento: Danilo Carvalho (em “Supermemórias”), Emilly Gama (em “Cartas para Valentina”), Gilberto Manea (em "TOKYO SOUNDS"), Ivo Lopes Araújo (em “Rolos”), Leonardo Mouramateus (em “A Festa e os Cães”), Lohayne Lima (em “(mesmo no erro)”), Lucas Girino (em “Sem título”), Marcelo Ikeda (em “CARTAS DO CEARÁ #1”). O filme como uma carta, um diário, um caderno de esboços e notas, um inventário da memória, um vivenciar do cotidiano.

 

 

A Curadoria

Beatriz Furtado

Allan Gomes Menezes

Lohayne Lima

Luly Pinheiro

 

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